8 de janeiro de 2009

Eu

Até agora eu não me conhecia,
Julgava que era eu e eu não era aquela que em meus versos descrevera tao clara como a fonte e como o dia.
Mas que eu não era eu não o sabia e, mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera andava atrás de mim...
E não me via!
Andava a procurar-me - pobre louca! -
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!
E esta ância de viver, que nada acalma
É a chama da tua alma a esbrasear
As pegadas cinzas da minha alma!
¬ Florbela Espanca - A mensageira das violetas

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